21 de ago. de 2008

CONJUGANDO O TRABALHO INFANTIL

Existem crianças, que não mais o são, sendo exploradas dentro até do lar. Esse é o triste presente do indicativo que nos cerca. Pais que aproveitam dos pequenos como mão-de-obra, os colocando no mercado de trabalho desde muito cedo, e o dinheiro, eles nem mesmo vêem a cor. Estão aprendendo sem o dicionário o que é escravidão. Outros ainda são obrigados a se prostituírem, pobres ingênuos, que não têm o corpo desenvolvido para tal atrocidade, quem diria a mentalidade. Ainda existem os que são expelidos para o mundo do crime, roubam, contribuem com o tráfico de drogas, criam-se meninos corruptos que descobrem sem um professor de biologia, os efeitos causados por um alucinógeno. ‘Anjos’ desafortunados que também saberão as conseqüências que essas mesmas drogas trarão.
Mas o que fazer para reverter essa situação, podendo até a transformar em um ‘presente mais-que-perfeito’? Há várias ações que poderiam ser tomadas e cobradas, como: melhores oportunidades de emprego para os pais; campanhas contra gravidez em caso de adultos sem condições financeiras e psicológicas; mais vagas e maior incentivo para as crianças em colégios públicos além de acompanhamento dentro e fora das instituições de ensino, estando de olho no desempenho escolar e circunstância na qual os mesmos sobrevivem. Uma outra possibilidade seria facilitar todo processo que é a adoção de uma criança, porque da mesma forma que há aqueles que anseiam por receber carinho, existem aqueles que anseiam por oferecer tal afeto. E é incrível como os papeis são ágeis em obras-públicas superfaturadas, mas em casos como esses parecem correr contra o tempo. Aquela fonte no meio da praça pode esperar, no entanto, aquele que já tem oito anos e ainda não foi alfabetizado não deve esperar, pois o mundo não irá parar para que tal pessoa possa acompanhá-lo em um futuro bem distante.
Enquanto esse desejo, esse presente do subjuntivo não se transforma em um presente palpável, devemos contribuir para que tais sonhos se concretizem e torcem com a finalidade de que no presente das futuras gerações, essa realidade que tanto nos constrangiu seja lembrada como um ‘pretérito mais-que-perfeito’, ainda que o ‘mais-que-perfeito’ só esteja incluído na nomenclatura dessa forma verbal.