O fato mais preocupante em meio a toda essa hipocrisia é o patriotismo exacerbado por conveniência que passa a ser moda. Se uma pessoa não quer assistir ao jogo, é chamada de anti-nacionalista por aqueles que ao mesmo tempo que vestem a camiseta grafando o nome "Robinho", calçam o tênis Nike Shox e viajam todos os anos para a Disneylândia.
"Não! Agora a tendência é viajar para a África do Sul!". E mais uma vez a mídia apresenta a alegria do povo sul-africano em nos recepcionar. Esquecem de mostrar, no entanto, a fome que ameaça 12,8 milhões de pessoas nesse país. A AIDS, que tem nessa região sua maior incidência. E o pior, a doença crônica que aparentemente desapareceu com a vinda do "salvador Mandela", mas que ainda definha os sul africanos: o preconceito.
Com um mês de antecedência a mídia começa a especulação. À vida de cada jogador é atribuído um caráter heróico. Alguns passaram pela fome, outros pela perda de algum familiar e depois de uma "longa jornada de sacrifícios" chegaram ao caminho da fama. Têm suas pernas, sua agilidade e esperteza vendidas por milhões de dólares a times internacionais. Vivem por anos na Europa e só retornam ao seu "tão querido" Brasil na véspera da Copa para uma coletiva de imprensa. Vestem os uniformes e prometem "lutar em nome do nosso país".
É em meio a esse jogo animalesco que milhões de brasileiros são atraídos para a frente da TV nova, parcelada em 24 vezes "sem juros" nas Casas Bahia. Gastam seu salário mínimo comprando uma camiseta oficial de 180 reais e os foguetes para soltar quando o Brasil fizer um GOL. Esse é o prometido "circo" da política populista oriunda da Roma antiga.
Feito na época da Copa e só encontrado agora.
Nenhum comentário:
Postar um comentário